PESQUISA QUE ORIGINOU O PROJETO DA FARINHA DA FRUTA DE CAFÉ EM MINAS

 O Blog COMER CAFÉ publica a pesquisa científica realizada por grupo de pesquisadores da EMBRAPA CAFÉ e EPAMIG apresentado em outubro de 2019 no X Simpósio de Pesquisas dos Cafés no Brasil, em Vitória, no Espírito Santo.

Foi a partir das informações colhidas em fontes norte-americanas e este trabalho que o cafeicultor e jornalista Eustaquio Augusto dos Santos, editor deste Blog, passou a trabalhar com os pesquisadores para desenvolver o projeto Café com Pão, implantá-lo na Fazenda Paiol, em Três Corações, no sul de Minas, e levar este conhecimento aos interessados em produzir a super farinha da polpa e casca da fruta de café cereja e um extrato líquido, uma calda, proveniente da polpa, que poderá ser de grande interesse para indústrias de bebidas, cosméticos e farmacêuticas.

Segue a íntegra da pesquisa dos mineiros:

TEORES DE NUTRIENTES NO EXTRATO MUCILAGINOSO E NA FARINHA DA CASCA DOS FRUTOS DE CAFÉ1

 

Sammy Fernandes Soares2; Juarez de Sousa e Silva3, Aldemar Polonini Moreli4, Sérgio Maurício Lopes Donzeles5, Marcelo de Freitas Ribeiro6, Douglas Gonzaga Victor7, Victor Sérgio dos Santos

 

 1 Trabalho financiado pelo Consórcio Pesquisa Café.

2 Pesquisador, DS, Embrapa Café/ EPAMIG, sammy.soares@embrapa.br

3 Professor Voluntário, PhD, DEA/UFV, Bolsista Consórcio Pesquisa Café, juarez@ufv.br

4 Professor, DS, IFES, Campus de Venda Nova do Imigrante, aldemarpolonin@gmail.com

5 Pesquisador, DS, EPAMIG SUDESTE, slopes@epamig.br

6 Pesquisador, DS, EPAMIG SUDESTE, mribeiro@epamig.ufv.br

7 Bolsista Consórcio Pesquisa Café, BS, douglas.vitor@ufv.br

8 Estudante de Agronegócio, UFV, estagiário na EPAMIG, vitor.santos.sergio@gmail.com

 

RESUMO: O processamento dos frutos de café visando obter o café cereja descascado gera como resíduos a casca, que é aproveitada na adubação e na alimentação animal, e a mucilagem, que sai junto com a água residuária. O trabalho teve como objetivo determinar os teores de nutrientes no extrato mucilaginoso e na farinha da casca dos frutos de café das variedades Oeiras, Catiguá e Catuaí Vermelho. Os frutos de café foram lavados em água potável e descascados, sem usar água no descascador. O café cereja descascado foi posto em bandeja de plástico com água suficiente para recobrir os grãos e, no dia seguinte, peneirou-se o café e separou-se o extrato mucilaginoso. A casca foi posta para secar, em estufa com ventilação forçada, e depois foi moída. Amostras do extrato mucilaginoso e da farinha da casca dos frutos foram analisados em laboratório, conforme métodos usuais de análise de efluentes e alimentos. Os níveis de K, Ca, Mg e Na, determinados no extrato mucilaginoso das variedades Oeiras, Catiguá e Catuaí Vermelho variaram de 662 a 3307, 154 a 317, 60 a 114 e 12 a 108 mg.L-1e o teor de proteína, carboidrato, fibra, gordura e K na farinha das variedades Oeiras e Catiguá foram 9 e 8, 65 e 68, 19 e 12, 1 e 0.8, e 2700 e 5150 g.100 g-1, respectivamente. O extrato mucilaginoso e a farinha da casca dos frutos de café podem ser aproveitados pela indústria para fabricação de vários produtos.

 

 PALAVRAS-CHAVE: pós colheita, processamento, resíduo

 

NUTRIENT CONTENT IN MUCILAGINOUS EXTRACT AND SHELL FLOUR OF COFFEE FRUIT 1

 

ABSTRACT: The processing of coffee fruits to obtain the peeled cherry coffee generates as residues the shell, which is used in fertilization and animal feed, and the mucilage, which comes out with the wastewater. The objective of this work was to determine the nutrient content in mucilaginous extract and shell flour of the coffee fruits of the Oeiras, Catiguá and Catuaí Vermelho varieties. The coffee fruits were washed, using potable water and peeled without using water in the peeler. The peeled cherry coffee was placed in a plastic tray with water to cover the beans and in the next day the coffee was sieved and the mucilaginous extract was separated. The husks were put to dry in a forced ventilated oven and ground after drying. Samples of mucilaginous extract and fruit shell flour were analyzed in the laboratory, according to usual methods of effluents and food analysis. The levels of K, Ca, Mg and Na, determined in the mucilaginous extract of the Oeiras, Catiguá and Catuai Vermelho varieties ranged from 662 to 3307, 154 to 317, 60 to 114 and 12 to 108 mg.L-1. The protein contents, carbohydrate, fiber, fat and K in the flour of the Oeiras and Catiguá varieties were 9 and 8, 65 and 68, 19 and 12, 1 and 0.8, and 2700 and 5150 g/100g, respectively. The mucilaginous extract and the flour of the coffee fruit husk can be use by the industry to manufacture various products.

 

KEY WORDS: post harvest, processing, waste.

 

INTRODUÇÃO

 

O fruto de café é constituído pelo exocarpo, mesocarpo e endocarpo, comumente denominados casca, polpa e pergaminho, respectivamente, e pela semente, envolvida pelo pergaminho. A casca dos frutos de café maduros, pode ser separada da semente mediante pressão com os dedos; a camada sólida da polpa e parte da líquida, denominada mucilagem, fica aderida à casca, enquanto a outra parte fica junto ao pergaminho. Nas unidades de processamento os frutos passam pelas operações de limpeza e lavagem, e, com menor frequência, pelo descascamento e remoção da mucilagem. A retirada da casca reduz o volume de material e o tempo na secagem do café, diminuindo o custo desta operação, além de possibilitar a formação de lotes de café descascado de frutos maduros, dos quais se obtêm as melhores bebidas. Na etapa de descascamento, parte da mucilagem adere-se às cascas e aos grãos descascados e parte sai na água que passa pelo descascador. Para facilitar o manejo na secagem, remove-se parcialmente a mucilagem aderida aos grãos, pelo processo mecânico usando desmucilador ou pelo processo natural através de tanque de degomagem com água. A casca é aproveitada na adubação e na alimentação animal, enquanto a mucilagem é descartada, junto com a água do processamento. A casca e a polpa do café contem carboidratos, gorduras, proteínas e minerais, podendo ser aproveitada na alimentação de ruminantes, substituindo parte dos alimentos volumosos necessários (BARCELOS & GONÇALVES, 2011). Segundo Southey (1919), a farinha da casca de café vem sendo usada como ingredientes na fabricação de vários produtos alimentares. A casca é comprada dos cafeicultores pela Coffee Cherry Co. e transformada em farinha rica em antioxidantes e fibras e sem glúten. O trabalho teve como objetivo determinar os teores de K, Ca Mg e Na no extrato mucilaginoso dos grãos e de proteína, carboidrato, gordura, fibra e minerais na farinha da casca de café.

 

MATERIAL E MÉTODOS

 

Foram utilizados frutos de café das variedades Oeiras e Catiguá, com casca de cor vermelha e amarela, respectivamente, produzidos na fazenda Boa Safra, situada no município de Paula Cândido - MG, e da variedade Catuaí Vermelho, produzidos em duas propriedades vizinhas, situadas no município de Araponga - MG. No dia em que foram colhidos, os frutos foram lavados com água tratada, por três vezes, removendo-se manualmente os que boiaram; em seguida, os frutos verdes foram catados e separados dos maduros, que foram descascados em descascador de café cereja, sem o uso de água.

Os grãos de café descascado foram colocados em bandeja de plástico com água destilada suficiente para recobri-los e, no dia seguinte, foram peneirados e separados da mistura constituída por água e mucilagem dos frutos, que neste trabalho denominou-se extrato mucilaginoso. O extrato mucilaginoso foi analisado no Laboratório da Analag Consultoria e Serviços, em Viçosa – MG, determinando-se os teores de K, Ca, Mg, Na e N, conforme metodologia preconizada em Standard Methods for Examination of Water and Wastewater (2005).

As cascas foram postas para secar, em estufa com ventilação forçada, à temperatura de 65 °C, durante 5 dias, após o que foi moída em micro moinho tipo Willye, TE 648. A farinha obtida foi analisada no Laboratório de Análise de Produtos Alimentícios do Departamento de Tecnologia de Alimentos da UFV, em Viçosa – MG, determinando-se o teor de carboidratos, gordura, proteína, fibra bruta e minerais, conforme métodos de análises físicas e químicas de alimentos do Instituto Adolfo Lutz (2008).

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

 

Os teores de K, Ca, Mg, Na e N determinados no extrato mucilaginoso dos grãos de café das variedades Oeiras, Catiguá e Catuaí Vermelho encontram-se na Tabela 1. Observa-se que o extrato contém elevados teores de K, Ca, Mg e Na, destacando-se o potássio na variedade Catiguá, e que os teores variam entre variedades e locais de cultivo. Os teores de K e Ca chegam a superar àqueles registrados na banana e no leite, por Aquino et al (2014) e Monteiro et al (2016), respectivamente. Além da presença de minerais, Camargo et al (2015) constataram a presença de proteínas, carboidratos, vitaminas, fibras, cafeína, ácido clorogênico e compostos fenólicos no extrato da casca de café robusta. Um extrato com esses componentes pode ser utilizado pela indústria para fabricação de diversos produtos como refrigerante, licor, repositor eletrolítico, energético e outros.

 

Tabela 1 – Teores de minerais, em mg.L-1, no extrato mucilaginoso dos frutos de café arábica de diferentes variedades.

Variedade

K

Ca

Mg

Na

Oeiras

662

179

60

19

Catiguá

3307

154

86

12

Catuaí vermelho a*

919

317

114

98

Catuaí vermelho b*

841

260

90

108

*Catuaí vermelho produzido em propriedades confrontantes, situadas no município de Araponga, Minas Gerais.

 

Os teores de proteína, carboidrato, fibra, gordura, potássio e sódio determinados na farinha da casca dos frutos encontram-se na Tabela 2. Os teores de proteína determinados na farinha da casca das variedades Oeiras e Catiguá, com 9 e 8 mg.100g-1, respectivamente, foram próximos daqueles obtidos por Barcelos & Gonçalves (2011) na casca das variedades Catuaí, Rubi e Mundo Novo.  Os teores de proteínas e lipídios foram semelhantes e o de fibras é muito maior que aqueles determinados na farinha de milho por Giacomelli et al (2012). A farinha da casca de café contém mais fibra que a farinha de trigo, mais antioxidante que a romã e mais potássio que a banana e pode ser usada em várias bebidas, na panificação e confeitaria (SOUTHEY, 1919).

Foram obtidos 3,8 e 3,6 L de extrato e 2,1 e 2,0 kg de farinha da casca a partir de 30 L de frutos da variedade Catuaí Vermelho cultivada em dois locais no município de Araponga. Esses resultados indicam que o processamento de 480 L de frutos, que é o volume estimado para se obter um saco de café, rende cerca de 59,2 L de extrato e 34,4 kg de farinha da casca,  que  poderiam  ser  aproveitados  pela indústria para produzir alimentos, bebidas, fármacos e cosméticos. Para

 

Tabela 2 – Teores de nutrientes e minerais, em g.100g-1, na farinha da casca de duas variedades de café arábica.

Variedade

Proteína

Carboidrato

Fibra

Gordura

Potássio

Sódio

Oeiras

9

65

19

1

2700

5

Catiguá

8

68

12

0,8

5150

9

 

que os produtos derivados do extrato e da farinha possam ser aceitos pelo consumidor, é preciso que o processamento dos frutos de café seja realizado em condições higienizadas, o que atualmente não acontece. A melhoria das condições e limpeza nas unidades de processamento vem sendo praticada por vários cafeicultores que produzem cafés especiais, sobretudo por aqueles que exportam o café, posto que seus clientes são exigentes quanto às condições de higiene. A higienização permitiria associar mais um diferencial ao produto, e, evidentemente, agregar valor ao “café higienizado”.  

 

CONCLUSÃO

 

O extrato mucilaginoso dos grãos e a farinha da casca de café contêm proteína, carboidrato, fibra e minerais e podem ser aproveitados pela indústria para fabricação de vários produtos.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

AQUINO, C. F.; SALOMÃO, L. C. C.; SIQUEIRA, D. L. de; CECON, P. R.; RIBEIRO, S. M. Teores de minerais em polpas e cascas de frutos de cultivares de bananeira. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.49, n.7, p.546-553, jul. 2014

BARCELOS, A. F.; GONÇALVES, C. C. de M. Uso da casca e da polpa de café na alimentação animal. In: REIS, P. R. CUNHA, R. L. da; CARVALHO, G. R. Café arábica: da pós-colheita ao consumo. Lavras: U. R. EPAMIG S. M., vol. 2, cap. 3, 2011, p. 97-168.

CAMARGO, G. A.; BONACCIO, B. B.; MIGUEL, A. M. de O.; SALVA, T. de J. G.; SOUZA, E. de C. G. Avaliação química e de componentes nutricionais do extrato aquoso desenvolvido a partir do resíduo do descascamento mecânico de café robusta. In: SIMPÓSIO DE PESQUISA DOS CAFÉS DO BRASIL, 9., 2015, Curitiba. Anais...Brasília: Embrapa Café, 2015.

APHA/AWWA/WEF. EATON, A.D. Standard methods for the examination of water and wastewater. 21ª ed. Washington: American Public Health Association, 2005. 1082 p.

GIACOMELLI, D.; MONEGO, B.; DELAGUSTIN, M. G.; BORBA, M. M.; RICALDE, S. R.; FACCO, E.M. P.; SIVIERO, J. Composição nutricional das farinhas de milho e da polenta. Alim. Nutr., Araraquara, v. 23, n. 3, p. 415-420, jul./set. 2012.

INSTITUTO ADOLFO LUTZ (São Paulo). Métodos físico-químicos para análise de alimentos, 2008. <Disponível em: http://www. ial.sp.gov.br/resources/editorinplace/ial/2016_3_19/analisedealimentosial_2008.pdf> Acesso em 1 de agosto de 2019.

MONTEIRO, A. L.; MONTALVÃO, T. F.; RESENDE, E. C. Determinação de cálcio em leite e derivados comercializados na cidade de Iporá por volumetria de complexação. In: CONGRESSO ESTADUAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLOGIA DO IF GOIANO. Anais…, Iporá: IF Goiano, 2016.

SOUTHEY, F. Upcycling coffe cherries for food: ‘every major chocolate company is looking at this’, 20 may 2019. Disponìvel em: < http://www.foodnavigator.com/Article/2019/05/20/ Upcycling-coffee-cherries-for-food-Every-major-chocolate-company-is-looking-at-this>. Acesso em 10 de julho de 2019.


TECNOLOGIA E A NOVÍSSIMA FARINHA DE CAFÉ

 

O que a tecnologia tem a ver com a farinha, o mais antigo alimento processado da humanidade, dos tempos da revolução agrícola ocorrida a milhares, milhões de anos, nos primórdios do homem sapiens?

O que a tecnologia tem a ver com uma farinha contemporânea inexistente até agora no Brasil no ano de 2020, que jamais será esquecido pela terrível pandemia que ainda devasta vidas humanas por todo o planeta?

Tem a ver por questões de oportunidade e processos.

Três norte-americanos conhecidos pela tecnologia de ponta que aplicam em suas empresas, de altíssima especialização, inventaram há seis anos um processo que permite produzir um alimento riquíssimo em nutrientes e proteínas vegetais e predestinado a ser, quem sabe, um enorme apoio ao combate à fome nas regiões carentes do planeta.

Estamos falando do processo de utilização e transformação do excedente de casca e polpa da fruta madura do café em uma farinha para pães, bolos e doces que tem mais ferro por grama do que espinafre fresco, mais potássio por grama do que uma banana, mais proteína por grama do que a couve fresca, mais fibra por grama do que a farinha de trigo integral, mais antioxidante por grama do que a romã e menos gordura e mais fibras por grama do que a farinha de coco.

Este superalimento existe e está no mercado americano desde 2014, produzido e comercializado pela empresa Coffee Cherry Co., sediada em Seattle, importante cidade tecnológica, sede da gigante Microsoft e Intelectuall Ventures, responsável pela invenção do processo financiado por Bill Gates, criador do Windows.

A existência desta vitaminada farinha apenas no mercado americano levou o jornalista e cafeicultor Eustaquio Augusto dos Santos, da Fazenda Paiol, em Três Corações, no sul de Minas, a se associar ao engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa Café/EPAMIG, Sammy Fernandes Soares, e criar por aqui mesmo um processo, desenvolver a tecnologia que conseguisse os mesmos resultado dos americanos.

E conseguiram. Os pesquisadores Sammy Fernandes Soares, Sergio Lopes e o professor da Universidade Federal de Viçosa, o inventor Juarez de Souza e Silva, criaram um método que processa o excedente, de polpa e casca da fruta madura de café cereja proveniente do processo de descascamento/despolpamento para produzir a mesma farinha conseguida pelos americanos e vendida por lá a US$20 o quilo, algo como R$112,00 com o dólar a R$5,60.

Toda esta história, dezenas de entrevistas, muita pesquisa, o desenvolvimento do projeto desde o início de 2019, está contada no e-book escrito por Eustaquio Augusto dos Santos e publicado neste mês de outubro de 2020 na amazon.com.br e mais 16 países. O livro é: “COMER CAFÉ – Como Bill Gates, um padeiro com Ph.D. e um CEO da Starbucks criaram a vitaminada farinha da casca da fruta de café cereja. Minas já come fatias deste bolo”.

CAFÉ PLURAL, UMA PLANTA E TRÊS ALIMENTOS

O Brasil, que já fornece os grãos que fazem do café a bebida mais consumida do planeta, passa agora a oferecer, a partir da mesma fruta de café cereja colhida nos imensos cafezais, uma super vitaminada farinha para a culinária de pães, doces e bolos e uma bebida de variados sabores que promete revolucionar a indústria ao oferecer um extrato natural energético e vitaminado para o consumo humano.

O processo foi desenvolvido pela Fazenda Paiol, no sul de Minas, e pesquisadores da EPAMIG – Empresa de Pesquisas Agropecuárias de Minas Gerais e Universidade Federal de Viçosa.

Consiste em utilizar a fruta madura de café cereja, descascá-la, usar os grãos para os cafés finos CD (Cereja Descascado) e com o excedente proveniente do despolpamento, polpa e casca, produzir uma farinha hiper nutritiva, um novo suplemento alimentar, existente apenas nos Estados Unidos.

O extrato líquido proveniente do processo poderá ser absorvido pelas indústrias de bebidas, farmacêuticas e de cosméticos para desenvolvimento de variados produtos.

Esta calda líquida é obtida antes do descascamento/despolpamento. As frutas são imersas em tanques especiais e cobertas por água límpida onde ficam por três dias, findos os quais escorre-se o líquido riquíssimo de nutrientes provenientes do processo de fluxo de massa, uma troca em meio líquido: parte dos minerais e proteínas da fruta passam para a água e a transformam no extrato em questão.

O processo original de utilização total da fruta madura de café, grãos, polpa e casca foi desenvolvido nos Estados Unidos por Dan Belliveau, ex-CEO da maior franquia de cafeterias do mundo, a Starbucks, e dois dos mais bem sucedidos empresários da área de tecnologia, Bill Gates, dono da Microsoft, e Nathan Myrvold, ex-diretor de pesquisas da Microsoft, e dono de uma incrível empresa dedicada a invenções nas áreas de física nuclear, ótica e ciência da alimentação, a Intellectual Ventures.

Em Minas, apenas com base nas informações da existência desta super farinha à venda nos Estados Unidos desde 2014, o pesquisador da Embrapa Café/EPAMIG, Sammy Fernandes Soares e equipe da Universidade Federal de Viçosa desenvolveram para a Fazenda Paiol, em Três Corações, no sul de Minas, um processo simples, criativo e eficiente de tal maneira a aproveitar 100 por cento da fruta madura do café para produzir o café CD, a calda e a farinha para consumo humano.

Os novos produtos foram produzidos de maneira artesanal, passaram pelos testes laboratoriais para verificação de sanidade e nutrientes e agora se trabalha no desenvolvimento do processo industrial e de negócios.

A história da plena utilização da fruta do café está contada pelo jornalista e cafeicultor Eustaquio Augusto dos Santos em e-book lançado no mês de outubro de 2020 na amazon.com.br e em mais 16 países. Chama-se: “COMER CAFÉ – Como Bill Gates, um padeiro com Ph.D. e um CEO da Starbucks criaram a vitaminada farinha da casca da fruta de café cereja. Minas já come fatias deste bolo”.


COMER CAFÉ - Como Bill Gates, um padeiro com Ph.D. e um CEO da Starbucks criaram a vitaminada farinha da casca da fruta de café cereja

 

O Brasil é o maior produtor de café do mundo e o segundo maior consumidor. Joga fora a cada colheita milhões de toneladas de “resíduos” de polpa e casca da fruta madura do café, provenientes do moderno método de descascamento antes da secagem nos terreiros.

Este excesso está sendo aproveitado nos Estados Unidos para a fabricação da super farinha para consumo humano, uma farinha vitaminada que contém mais potássio por grama do que uma banana; mais proteína por grama do que couve fresca, mais ferro por grama do que o espinafre fresco; mais antioxidante do que a romã; mais fibra do que a farinha de trigo integral; e menos gordura e mais fibras por grama do que a farinha de coco.

Os americanos são os únicos no mundo a se deliciar com esta maravilhosa farinha na produção de pães, bolos, doces, iguarias de excelente sabor e ótimas para a saúde humana. Este produto está no mercado americano desde 2014 e agora pode chegar ao Brasil pelo empenho e criatividade de um cafeicultor do sul de Minas Gerais e um pesquisador da Embrapa Café/Epamig – Empresa de Pesquisas Agropecuárias de Minas Gerais.

“COMER CAFÉ – Como Bill Gates, um padeiro com Ph.D. e um CEO da Starbucks criaram a vitaminada farinha da casca da fruta de café cereja. Minas já come deste bolo” é um livro/reportagem atualíssimo do cafeicultor e jornalista Eustaquio Augusto dos Santos que obteve a informação sobre a farinha através da leitura de um prosaico livro sobre a mente humana.

Durante dois anos ele entrevistou engenheiros agrônomos e de alimentos, pesquisadores na área de café, cafeicultores, empresários em todas as instâncias da indústria cafeeira, autoridades, políticos, investidores. Nenhum deles nunca tinha sequer ouvido falar da farinha do aproveitamento do resíduo de polpa e casca de café cereja.

Provocados pelo jornalista/cafeicultor, pesquisadores mineiros da EPAMIG e Universidade Federal de Viçosa inventaram um método simples e ao alcance dos 3.000 produtores de café do Brasil, que poderão melhorar a qualidade de seus grãos de café e produzir a preciosa farinha para consumo próprio e venda no atacado ou varejo.

Como o processo exige uso intensivo de água, obteve-se também um extrato líquido com as mesmas qualidades nutritivas da farinha e que pode ser utilizado pelas indústrias de bebidas, farmacêuticas e de cosméticos.

O e-book “COMER CAFÉ” (disponível para compra na amazon.com.br)  mostra que esse excesso amontoado nas fazendas brasileiras, e de resto do mundo todo, é enorme passivo ambiental com a poluição do solo, das águas e do ar, com inclusive e emissão de gás metano.

FARINHA DE CAFÉ PC, O NOVO CAFÉ, PARA PÃES, BOLOS E DOCES


A bebida de café é a mais consumida do mundo, mais até do que a Coca Cola, o uísque escocês ou mesmo o leite in natura.

E consegue ter este sucesso todo utilizando apenas os dois grãos, as sementes, que nascem e crescem numa frutinha que, madura, se chama café cereja.

Em peso, os dois grãos da fruta madura de café pesam metade do peso da fruta, a outra metade é a casca e a polpa, matéria nutritiva gelatinosa que recobre os grãos e é contida pela casca.

O NOVO CAFÉ é produzido utilizando-se este excedente, polpa e casca, atualmente de uso menos nobre, simplesmente descartado ou utilizado como adubo.

Este excedente, o resíduo de polpa e casca descartado no moderno processo de despolpamento, descascamento, da fruta de café cereja madura, está sendo processado e transformado na FARINHA DE CAFÉ PC, uma farinha sem gosto, como qualquer farinha, mas riquíssima em nutrientes, muito mais do que a farinha de trigo e todas as outras conhecidas. E como todas as outras, utilizada para pães, bolos e doces.

A nova super farinha, o NOVO CAFÉ, tem mais ferro por grama do que o espinafre, mais potássio do que a banana, mais proteína do que a couve fresca, mais antioxidante do que a romã e mais fibra por grama do que a farinha de trigo integral.

O processo de transformação da fruta de café sem os grãos nesta nutritiva farinha foi inventado por Nathan Myrvold, um padeiro com Ph.D. em física, um ex-CEO da Starbucks, Dan Belliveau, e Bill Gates, o bilionário dono da tecnológica Microsoft, que financiou todo o projeto.

A farinha está no mercado norte-americano desde 2014, e unicamente nos Estados Unidos, não existe em nenhum outro país, inclusive o Brasil. É vendida em lojas, pela internet, e faz o maior sucesso. Criou-se toda uma culinária de novos pães, bolos, cookies e doces, com chefs ensinando receitas pela televisão e internet.

O desenvolvedor da FARINHA DE CAFÉ PC no Brasil, o cafeicultor, jornalista e empreendedor Eustaquio Augusto dos Santos tomou conhecimento da existência da super farinha pela leitura de um livro que nada tinha a ver com alimentos ou agricultura, tinha a ver com tecnologia, criatividade e mente humana.

Aposentado como jornalista profissional e vivendo em sua Fazenda de Café Paiol, pesquisou sobre o assunto e conquistou o interesse de um grupo de engenheiros agrônomos pesquisadores. Liderados pelo cientista Sammy Fernandes Soares, da Embrapa Café e EPAMIG – Empresa de Pesquisas Agropecuárias de Minas Gerais, o grupo inventou o processo que possibilitou colocar o Brasil no mesmo patamar tecnológico dos americanos nesta questão.

E mais. O processo mineiro é simples, não tem registro de patentes ou pagamento de royalties e ainda acrescenta uma novidade importantíssima: a produção de um extrato líquido, uma calda, de café proveniente da fruta, que pode ser utilizada para inúmeras finalidades nas indústrias de bebidas, farmacêutica e de cosméticos.

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