Assista ao vídeo que ensina a produzir farinha das frutas de cafés especiais

 Assista o vídeo no YouTube em https://www.youtube.com/watch?v=ss9kgAMtJnY&list=PL9mXr3pROorcUb0DJ0NcVXs86XT0TD0PZ&index=2

  O processo de fabricação da farinha da polpa e casca da fruta madura de café está pronto e funcional. Criado por sete pesquisadores mineiros e capixabas é um grande passo para que a cafeicultura familiar que se dedica à produção de cafés especiais consiga renda extra importante fabricando também a farinha nutritiva e vitaminada naturalmente.

Os pesquisadores Juarez de Souza e Silva ( Embrapa Café, Universidade Federal de Viçosa, Epamig ), Sammy Fernandes Soares ( Embrapa Café, Epamig ), Sérgio Maurício L. Donzeles ( Epamig-Sudeste ), Marcelo de Freitas Ribeiro ( Epamig Sudeste ), Lucas Louzada Pereira ( Instituto Federal de Ensino Superior – campus de Venda Nova do Imigrante IFES-VNI ), Douglas Gonzaga Vitor ( Embrapa Café ), Aldemar Palonini Moreli ( IFES-VNI ) produziram um vídeo mostrando todo o processo.

Este vídeo vai ilustrar a participação dos pesquisadores na Semana Internacional do Café a ser realizada de 18 a 20 de novembro totalmente digital.


Trigo e Café, na mesa conosco, saborosos e domesticados

 

O trigo domesticou a humanidade, tornou os homo sapiens sedentários e possibilitou o surgimento das primeiras cidades, como grandes assentamentos de pessoas dedicadas ao cultivo do trigo e processamento da preciosa farinha.

Bem lá atrás, há cerca de 12 mil anos, os homens deixaram de ser coletores/caçadores para serem agricultores, o que os historiadores chamam de revolução agrícola, ocorrida após a última era glacial, ocorrência de muita chuva e surgimento das gramíneas, entre elas o trigo.

O trigo chegou até aqui ocupando uma área total de cultivo no mundo da ordem de 2,5 milhões de quilômetros quadrados, alguma coisa como nove vezes o território do estado de São Paulo. E é responsável pelo consumo de 15 por cento do valor calórico da humanidade.

Segundo o historiador Yuval Noah Harari, best seller com seu livro “Sapiens, uma breve história da humanidade”, a palavra domesticar vem do latim, domus, casa. E ele pergunta: quem ficou em casa para cuidar da plantação, colheita e processamento do trigo, deixando de ser caçador/coletor, para virar agricultor? Foi o homem, não o trigo.

A história mostra a importância da farinha na transformação da sociedade e sua alimentação, com a farinha de trigo hoje onipresente em nossas vidas nos pães, bolos, massas, doces, uma infindável lista de alimentos processados.

O trigo é plantado para ser transformado em farinha, tem um ciclo curto de crescimento, poucos meses, e depois de colhido, nova plantação, novo processo. O café é uma planta perece, em três, quatro anos já está produzindo e depois chega aos 100 anos com facilidade.

O coffea arabica não tem essa história toda. Talvez uns mil anos, desde a Etiópia, na África, até 1724, quando foi contrabandeado da Guiana francesa para o estado do Pará, pelo sargento Palheta.

O Brasil se tornou o maior produtor mundial, dando enorme contribuição para que a bebida mais consumida no mundo também tivesse uma história marcante, apesar de ser uma criancinha, mil anos apenas, frente aos 12 mil, quase 18 mil anos do trigo selvagem.

E nesses anos todos a fruta do coffea arabica só forneceu seus grãos para a famosa bebida, desperdiçando polpa e casca, metade da fruta em relação ao seu peso.

Polpa e casca que agora vão virar farinha, mais nutritiva até do que a farinha de trigo. E como o patriarca longevo, transformar-se em importante matéria prima para a fabricação de pães, bolos, doces e massas, tão gostosos quanto, e mais nutritivos com certeza.

A farinha de café cereja inventada pelos americanos e em oferta há seis anos nos Estados Unidos, tem mais ferro do que o espinafre, mais potássio do que a banana, mais proteína do que a couve fresca, mais antioxidante do que a romã e mais fibra por grama do que a farinha de trigo integral.

Esta farinha obtida do excedente de polpa e casca da fruta de café cereja descascado também foi conseguida em Minas Gerais, em processo criado por pesquisadores da área cafeeira da Embrapa Café, Epamig e Universidade Federal de Viçosa. Em breve vai estar no mercado brasileiro.


A fruta de café será finalmente 100% aproveitada e vai oferecer ao mercado pós covid novos lucros

Frutas de café variedade Catuaí amarelo na Fazenda Paiol, Três Corações, Minas Gerais

O negócio do café no Brasil é muito importante para desconsiderar o desenvolvimento do processo industrial criado por pesquisadores mineiros no aproveitamento do excedente de polpa e casca de café nas fazendas brasileiras.

Este excedente é proveniente de um método inovador que surgiu nos anos 1980, quando se começou a falar nos chamados cafés especiais, com 80 pontos ou mais na classificação da SCAA – Specialty Coffee Association of America.

Esse processo consiste em produzir o café cereja descascado, o CD, já cotado nas bolsas de mercadorias e cooperativas cafeeiras, mais valorizado, mais caro e mais interessante para cafeicultores e consumidores, que passam a beber um café de “bebida mole”, mais doce e notas marcantes.

O método, porém, provoca um excedente de polpa e casca da fruta de café madura, quando da extração dos grãos antes do método natural de secagem do fruto.

São 10 milhões de toneladas por colheita despejadas nas fazendas brasileiras, simplesmente jogadas fora ou subutilizadas para reforçar a adubação dos cafezais.

E são montanhas de matéria orgânica fermentando ao sol, provocando chorume, poluindo o solo, águas e o ar com a emissão de gás metano.

Pelo processo de transformação desta rica matéria orgânica em farinha para consumo humano desenvolvido por pesquisadores da Embrapa Café, Epamig e Universidade Federal e Viçosa, para cada saca de 60 kg de café CD produzido, pode-se conseguir 35 kg de farinha e 60 litros de um poderoso extrato, uma calda, que pode ser utilizado pelas indústrias de bebidas, cosméticos e farmacêutica.

Simplesmente utilizando-se de um excedente hoje descartado pelas fazendas brasileiras e mundiais.

Esta farinha foi inventada há seis anos nos Estados Unidos e custa, a preços de hoje para o consumidor final norte-americano, US$20 o kg, ou R$112,00 com o dólar a R$5,60.

Em simples exercício aritmético, o produtor brasileiro que já utiliza o processo do café CD, poderia ter um acréscimo de R$95,00 por cada saca se vendesse sua farinha e extrato a R$1,00 o quilo e o litro, respectivamente.

Você vai comer pão feito com farinha de café. Você vai comer café

 

Por quê aqui se fala em comer café? Nosso projeto tem o objetivo de produzir farinha nutritiva utilizando o excedente da fruta madura de café, polpa e casca, descartados nas fazendas, no processo de produção dos cafés especiais CD, ou Cereja Descascado.

Quando falamos em comer café nos referimos a comer pães deliciosos, bolos de dar água na boca, doces dos sonhos, massas para macarrão, pizzas e o que mais a imaginação culinária do mundo puder imaginar para fazer com esta farinha vitaminada naturalmente, da planta para sua mesa.

O que estamos chamando de NOVO CAFÉ, ou Farinha da Fruta de Café Cereja PC (polpa e casca) não é um composto vitamínico, não é uma farinha pobre na qual se adiciona nutrientes para torná-la saudável na alimentação escolar. 

A nova farinha é naturalmente nutritiva, não sofre adição de vitaminas ou nutrientes, minerais ou proteínas. Ela tem tudo isso naturalmente, vindo da terra através dos fertilizantes caríssimos, geralmente importados em dólares, e generosamente adicionados pelos cafeicultores à terra brasileira para a produção dos melhores cafés do mundo.

Aqui se fala de uma farinha produzida a partir da fruta madura do café, que é composta, simplificadamente, em grãos, polpa e casca. Os grãos, as sementes, viram a bebida de café que conhecemos e tanto amamos, e o outro café, polpa e casca, que continuam sendo café, se transformam nesta farinha que só existe nos Estados Unidos.

E está no mercado norte-americano desde 2014 devido à genialidade de um empresário, Dan Belliveau, que abandonou a Starbucks, a maior franquia de cafeterias do mundo, para se dedicar a esta ideia da farinha naturalmente nutritiva.

Para desenvolver sua ideia, ele procurou um padeiro, mas não um padeiro qualquer, ali da padaria da esquina. Um padeiro com Ph.D. em física, dono da maior empresa de invenções do planeta, a Intellectual Ventures, dedicada a criar soluções nas áreas da física nuclear, ótica e ciência da alimentação.

Nathan Myrvold foi diretor de pesquisas da Microsoft, escreveu oito livros sobre culinária, inclusive um dedicado exclusivamente aos pães, uma coleção premiada nos Estados Unidos, e vendida em caixas espetaculares, em inglês, por R$4.500,00 na amazon.com.br. O terceiro envolvido é o bilionário Bill Gates, dono da Microsoft, inventor do windows, que financiou o projeto.

No Brasil, esta informação foi colhida pelo jornalista e cafeicultor Eustaquio Augusto dos Santos, editor deste Blog e autor do livro “COMER CAFÉ”, à venda na loja Kindle da amazon.com.br e em mais 16 países.

Por provocação deste autor, uma equipe de pesquisadores da Embrapa Café, Epamig e Universidade Federal de Viçosa desenvolveu um processo único e inédito que também chega à farinha naturalmente nutritiva.

Tanto a farinha americana, quanto mineira, são produzidos com o excedente de um processo criado há cerca de 30 anos para se produzir cafés especiais e que consiste no despolpamento/descascamento da fruta madura do café cereja.

Os chamados cafés CD (Cereja Descascado) são especiais, mais caros e cotados nas bolsas de mercadorias do mundo.

Cerca de 15 por cento da produção brasileira de café, se destina aos cerejas descascados.

Café, a commodity carbono zero

Comer Café, a nova maneira de degustar o delicioso arábica, o nosso energético do dia a dia

  O café tem acordado a humanidade há mil anos. É gostoso e traz energia. Este projeto COMER CAFÉ, a nova maneira de degustar o arábica qu...