Minas vai à Cúpula com Café Carbono Neutro, florestas produtivas e o inovador crédito para o meio ambiente

O setor cafeeiro de Minas Gerais tem a oferecer uma importante contribuição ao debate desse abril de 21 na Cúpula de Líderes para o Clima, convocada pelo presidente Joe Biden, quando o Brasil vai aparecer mais uma vez como o vilão desmatador e sem compromissos.

Os projetos da marca Café Carbono Neutro, os Créditos de Carbono provenientes de sequestro de CO2 pelos cafezais e o novo conceito de “Florestas Produtivas” apresentam uma novidade para os debates sobre a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE).

A diretora executiva da poderosa Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), Vanusia Nogueira, já indicada pelo Brasil para a direção da Organização Internacional do Café (OIC), em Londres, poderia sugerir a novidade nas discussões da Cúpula do Clima 2021.

A cultura do café, a mais importante commodity agrícola brasileira, está ameaçada de enormes perdas por sua transferência geográfica para climas mais frios em função do aquecimento global.

Cafeicultores de Três Corações, no sul de Minas, já trabalham com a ideia dos cafezais como “florestas produtivas”, uma vez que as árvores que produzem café também sequestram da atmosfera 10,38 toneladas de CO2 por hectare, e as fazendas que as abrigam emitem um mínimo de carbono, na proporção de 10 para 1, para produzir na maior floresta de cafés do mundo os preciosos grãos que nos dão a bebida mais consumida do planeta.

O novo conceito da “floresta produtiva” é o de que os cafezais são árvores perenes que produzem os frutos do café e ainda sequestram e estocam CO2, cumprindo dupla função em favor do meio ambiente e da economia nacional, além de oferecer ao mundo uma bebida saudável, energética e nutritiva.

A marca Café Carbono Neutro já desperta interesse na Europa e vai certificar as propriedades mineiras que produzem o novo café limpo e não poluente.

Na esteira dessa relação entre crédito e débito, com o crédito de muito sequestrar CO2, e débito de pouquíssimo emitir CO2 para produzir a valiosa commodity café, está sendo criado em Minas um inédito sistema de crédito de carbono, nos moldes do existente certificado pela ONU, mas aqui certificado por instituição independente e com expertise.

O projeto piloto está sendo criado em Minas Gerais por ser o maior produtor de café do mundo, com a maior área de florestas de café do planeta, com 1 milhão e 200 mil hectares, que sequestram 12.456.000 de toneladas de CO2, considerando uma população média de 4 mil plantas por hectare.

Com a nova tendência de adensamento dos cafezais, pode-se dobrar o número de árvores por hectare, o que dobra também a tonelagem de CO2 que estará sendo sequestrada e estocada nas árvores, transformadas em celulose pelo processo de fotossíntese.

As florestas de café de Minas não se comparam às nativas da Amazônia na tonelagem de CO2 retirado da atmosfera. Estudos indicam que sequestram cerca de 7 por cento do que estocam as árvores da Amazônia, mas sequestram cerca de 97 por cento de uma capoeira em regeneração de 5 anos na mesma floresta amazônica.

Eustaquio Augusto dos Santos é Cafeicultor e Editor do Blog comercafe.blogspot.com

Cafezais sequestram CO2 e emitem créditos de carbono em novo mercado de papéis verdes. Surge a moeda BitCafé

 O maior produtor de café do mundo, o Estado de Minas Gerais, que também possui a maior área plantada com árvores de café, está iniciando projeto para o lançamento da marca-conceito Café Carbono Neutro, provando, com estudos científicos e medições de alta precisão, que as florestas de pés de café sequestram bem mais CO2 do que emitem para produzir os preciosos grãos de café.

Com esta certificação, produtores e instituições estudam iniciar concomitantemente o mercado de créditos de carbono para a cafeicultura, nos moldes da certificada pela ONU, mas esta certificada por instituição independente e negociada entre os portadores primários da moeda-café, os cafeicultores, e empresas, instituições e cooperativas envolvidas no negócio do café.

O cafeicultor Eustáquio Augusto dos Santos, de Três Corações, no sul de Minas, tem debatido o assunto com entidades e o poder político e todos se mostram interessados na questão, especialmente porque, pela primeira vez, um estudo acadêmico, uma tese de doutorado de pesquisadora da Unicamp, determinou que um hectare de cafezal com cerca de 4.000 plantas sequestra e estoca 10,38 toneladas de carbono da atmosfera.

Outros estudos mostram que a relação entre crédito de carbono que a propriedade sequestra da atmosfera, e o débito, que ela emite com eletricidade e combustíveis fósseis para manter o cafezal produzindo chega a ser 10 para 1.

A marca Café carbono Neutro vai mostrar aos mineiros, aos brasileiros e ao mundo que o nosso café é também um produto limpo, perfeitamente sustentável, que sequestra CO2, o dióxido de oxigênio, e ainda leva às nossas mesas a bebida mais consumida no mundo.

Este projeto se encaixa perfeitamente com os esforços de mitigação dos Gases de Efeito Estufa (GEE), uma vez que a agricultura com plantas perenes, como é o caso do café, são “sumidouros de carbono”, como definido pelo Protocolo de Kyoto.

O café com a certificação carbono neutro será de melhor qualidade, portanto mais valorizado no mercado, e ainda vai introduzir no mercado uma nova “bolsa de papéis verdes”, com os produtores emitindo seus créditos e os empresários incentivados negociando esses papéis. Poderá ser criada no mercado uma nova moeda verde, a BitCafé. 

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